Se tem uma receita que é do bem, o quibe é essa receita. Em vários períodos do tempo passado, a comida era escassa, na maioria das vezes por falta de recursos financeiros. Para poder alimentar uma quantidade maior de pessoas, era necessário fazer render o alimento conquistado, e a carne era uma iguaria. Desse modo, surgiu o quibe, que propiciava fazer muito com pouco.
Hoje, o quibe é um símbolo cultural e popular. Com origem na Síria e no Líbano, a receita é consumida em todo o globo. O nome “quibe” vem da palavra koubba, que em árabe quer dizer “qualquer objeto que possua o formato de um círculo pequeno”. A forma do quibe não importa, na verdade, o que interessa são os ingredientes, o recheio (se houver) e o modo de preparo dessa deliciosa e prática receita. Podemos saboreá-lo de diversas formas, por exemplo, o quibe cru: ele é feito com carne moída, sal, cebola, pimenta do reino, entre outras especiarias do Oriente Médio. Nessa versão, como diz o nome, tudo é cru. Mas também pode ser assado ou frito, o que muda de fato é o recheio.
Há algumas versões mais conhecidas, como o kibbé bi siniyé, uma variação do quibe cru, recheado com carne de carneiro moída e assado. Temos também o snoobar; o k’beibat, que são almôndegas de quibe recheadas com carne de carneiro e temperadas com cebola; o labnyié, que é servido com um molho mais espesso de coalhada; o samak que, em vez de carne bovina ou suína, utiliza peixe grelhado, frito ou assado; e o laqtin, uma versão vegetariana na qual a carne é substituída por abóbora e o recheio é de grão de bico.
O quibe traz muitos toques especiais à moda de quem o faz, adaptando-se aos ingredientes de cada cultura. No Brasil, acrescentamos a salsa e a hortelã e substituímos a carne de carneiro pela carne de boi. Nos tradicionais restaurantes árabes do Brasil, é fácil encontrar a receita com os ingredientes originais. Seja qual for seu quibe predileto, ele é a estrela da comida árabe. Pode ser em uma salada, como aperitivo ou como prato principal na correria do dia a dia, ele vai sempre visitar sua mesa, seu prato ou sua mão, no lanche dos dias acelerados.
Chef Patrícia Abbud
Saj Restaurante
Porções: 3
Tempo de preparo: 2h
Ingredientes:
1 kg de patinho
150 g de pimentão vermelho
250 g de trigo lavado
3 e ½ colheres de chá de sal
2 e ½ colheres de chá de pimenta síria
1 e ¼ colheres de chá de pimenta-do-reino
Modo de preparo:
Na máquina de moer, passe uma vez a carne parcialmente congelada e o pimentão.
Adicione o trigo aos temperos e misture bem.
Passe a mistura novamente na máquina de moer. Sirva em seguida.