O belíssimo encontro das águas do Rio Amazonas com o Rio Tapajós é um dos lugares que todo brasileiro deveria conhecer. Esse patrimônio cultural do Pará revela uma paisagem que diz muito sobre nós. São dois rios que dividem o mesmo espaço e correm para a mesma direção.

O bolinho de piracuí é um reflexo dessa união: nasceu nas tribos indígenas e hoje faz sucesso nas mesas do norte do Brasil. Os nativos dessa região sempre reservavam os peixes para atender à necessidade diária, pois houve épocas em que eram raros nos rios. Uma forma de incrementar o alimento e aproveitá-lo ao máximo era fazer uma farinha do peixe, assim, era possível alimentar toda a tribo.

Essa farinha foi batizada pelos indígenas de cuí. Ela é feita após cozer o peixe, que tem suas espinhas retiradas, é colocado ao sol para secar ou é assado e, após isso, é peneirado. Surge a farinha de peixe que, depois de pronta, pode ser guardada por muitos meses até mesmo fora da geladeira. Para degustar, mistura-se a farinha à batata e a outros ingredientes, criando o bolinho de piracuí. Essa iguaria é muito conhecida e apreciada no norte do país.

No Pará é muito fácil adquirir essa farinha, ela é vendida até hoje por comunidades indígenas e ribeirinhos que vivem na região. Além de ser um símbolo da culinária local, o bolinho mostra que, tal qual as águas do Amazonas e Tapajós, é um símbolo da união de povos.

“Para mim, receita do bem é aquela que respeita sua cultura, suas tradições e a culinária do meio em que você está inserido”

Chef Ana Luiza Trajano

Instituto Brasil a Gosto

Porções: 20 unidades
Tempo de preparo: 40min

Ingredientes: